ATA DA QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 08-6-2016.

 


Aos oito dias do mês de junho do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença Adeli Sell, Cassio Trogildo, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, José Freitas, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein. À MESA, foi encaminhado o Projeto de Lei do Legislativo nº 105/16 (Processo n° 1077/16), de autoria de Sofia Cavedon. Após, foram apregoados os Ofícios nos 530 e 531/16, do Prefeito, encaminhando Vetos Parciais ao Projeto de Lei do Executivo nº 003/16 (Processo nº 0142/16) e ao Projeto de Lei do Legislativo nº 137/15 (Processo n° 1474/15), respectivamente. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES. Foi iniciado período destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar do tema “Cultura Doadora”. Compuseram a Mesa: Cassio Trogildo, presidindo os trabalhos; Cristiano Franke, Chefe da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul; Marcos Fuhr, Presidente da Fundação Ecarta; e King Jim, transplantado. Após, o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II, a Marcus Fuhr, a Cristiano Franke e a King Jim, que se pronunciaram sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se Adeli Sell, Dr. Thiago, Sofia Cavedon, João Bosco Vaz, Rodrigo Maroni, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Márcio Bins Ely. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Marcus Fuhr. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e trinta e dois minutos às quinze horas e trinta e três minutos. Após, foi apregoado Requerimento de autoria de Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, solicitando Licença para Tratamento de Saúde para Engº Comassetto no dia de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Bernardino Vendruscolo, Tarciso Flecha Negra, Lourdes Sprenger e Rodrigo Maroni. Em prosseguimento, foi iniciado período destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar do tema “Dia do Acemista”. Compuseram a Mesa: Cassio Trogildo, presidindo os trabalhos; Mariana Cunha Rosa da Silva, Diretora da Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul – ACM-RS –; e Cristiano Freitas Ristov, Segundo Tesoureiro da ACM-RS. Após, o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II, a Matheus Cardoso e Carolina Freitas Ristov, voluntários da ACM-RS, e Mariana Cunha Rosa da Silva, que se pronunciaram sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, João Bosco Vaz e Dr. Thiago. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Rodrigo Maroni, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Cristiano Freitas Ritov. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e cinquenta e nove minutos às dezessete horas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão: o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/16, os Projetos de Lei do Legislativo nos 247 e 073/15, este discutido por Lourdes Sprenger e Delegado Cleiton, e o Projeto de Lei do Executivo nº 015/16; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/16, os Projetos de Lei do Legislativo nos 016, 068, 076 e 107/16 e o Projeto de Resolução nº 015/16. Após, foi apregoado Requerimento de Márcio Bins Ely, solicitando licença para tratamento de saúde nos dias nove e dez de junho do corrente. Às dezessete horas e onze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo, Delegado Cleiton e Dr. Goulart e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o assunto Cultura Doadora, trazido pelo Sr. Cristiano Franke, que representa a Central de Transplantes do Rio Grande do Sul.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Cristiano Franke, Chefe da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul; o Sr. Marcos Fuhr, Professor e Presidente da Fundação Ecarta; o Sr. King Jim, músico e transplantado.

O Sr. Marcos Fuhr, Professor e Presidente da Fundação Ecarta, está com a palavra.

 

O SR. MARCOS FUHR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, distinto plenário, quero registrar, em primeiro lugar, o agradecimento da Fundação Ecarta ao convite recebido para, nesta Casa, mais uma vez, falar um pouco das iniciativas da Fundação Ecarta. Refiro, com satisfação, que, em abril do ano passado, estivemos neste plenário recebendo a Comenda Porto do Sol como homenagem da Câmara de Vereadores aos 10 anos de atividades da Fundação Ecarta. Hoje a gente retorna a este plenário para falar um pouco de um dos projetos, por proposição da Ver.ª Sofia Cavedon, da Fundação Ecarta, que é o projeto Cultura Doadora. Na ocasião das comemorações dos nossos cinco anos, tive oportunidade, aqui também nesta tribuna, de registrar e falar um pouco sobre os diversos projetos que a Fundação Cultural e Assistencial Ecarta desenvolve, e um deles é justamente o que nós chamamos de Cultura Doadora, que tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento de uma cultura para doação de órgãos e tecidos na sociedade gaúcha e brasileira. Infelizmente, esse tema, essa atitude continua sendo um tabu na sociedade brasileira, muito longe estamos dos índices de doadores de órgãos e tecidos de países mais desenvolvidos nessa área pelo mundo afora, mesmo no Rio Grande do Sul onde já tivemos pioneirismo e liderança no ranking de doação de órgãos no Brasil, infelizmente regredimos e hoje estamos em oitavo lugar, no Brasil, nessa frente. Isso nos sensibiliza e nos mobiliza no sentido de contribuir para avançarmos nesse objetivo. O entendimento da Fundação, dos mentores do projeto Cultura Doadora, é de que é importante que todo o mundo tenha sensibilidade para esse assunto contribua de alguma forma para sensibilizar a sociedade, sensibilizar todas as pessoas nessa perspectiva de que haja, no Brasil, uma cultura de doação de órgãos. Até porque, senhores, a probabilidade de a gente precisar de alguma doação, ao longo de nossa vida, é muito maior do que a probabilidade de sermos doadores, apenas 1% das mortes acontecem por morte encefálica, que é a circunstância em que alguém pode ser doador de órgãos. No entanto, a probabilidade de a gente precisar, em algum momento da nossa vida, de doação de um órgão é oito vezes maior do que a de sermos doadores. Infelizmente, nosso esforço para contribuir nessa sensibilização continua enfrentando muitas resistências. Porque é óbvio que esse é um tema que passa pela morte, passa pela circunstância da morte. As escolas, que sempre foram o nosso primeiro ambiente onde nós pretendemos desenvolver essa sensibilização, junto aos jovens e adolescentes, têm se mostrado bem mais refratárias a esse assunto, do que imaginávamos por ocasião do lançamento do nosso projeto em 2012. A perseverança, no entanto, é a nossa marca registrada. A jornalista Glaci Borges, que me acompanha aqui e que coordena o projeto, tem sido incansável no sentido de buscar espaços e instituições, entidades que nos oportunizem mobilizar os profissionais da área para que eles possam, então, fazer as palestras, dar as explicações e os esclarecimentos necessários para formar essa cultura doadora. Então, em nome da Fundação Ecarta, eu agradeço a oportunidade de fazer esta apresentação aqui. Quero desejar que todos os Vereadores desta Casa possam igualmente se imbuir desse propósito e que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, também, tenha iniciativas no sentido de contribuir para o desenvolvimento de uma cultura doadora mais marcante, entre os porto-alegrenses e gaúcho. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. Cristiano Franke, Chefe da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

O SR. CRISTIANO FRANKE: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu venho aqui trazer os parabéns a toda iniciativa da Ecarta. Vou falar como médico que tem uma experiência de dez anos na área de transplantes. Nós estamos trabalhando para construir uma cultura doadora, e essa iniciativa é extremamente importante para as pessoas verem o que significa uma doação. Uma doação de órgãos de uma pessoa que faleceu, como disse o Dr. Marcos, com morte encefálica, vai poder ajudar uma pessoa que está com problema nos pulmões a voltar a respirar, a poder ter uma atividade normal. Ou vai ajudar a botar um coração com uma boa função, para que a pessoa possa viver normalmente; ou vai ajudar aquela pessoa que vive ligada a uma máquina de diálise três vezes por semana e que, nesses três dias, não pode trabalhar, não pode ficar com a família; se ela receber um rim para transplante, ela pode voltar a viver normalmente. Aquela pessoa doente, na beira da morte, por uma insuficiência hepática, por uma hepatite, um doador pode salvar a vida dela possibilitando um transplante hepático. Isso tem avançado muito nos últimos anos com o avanço da medicina, da tecnologia, das técnicas cirúrgicas, dos medicamentos.

Nesses dez anos, eu aprendi uma coisa e vou contar uma história para vocês. Eu comecei o meu trabalho nessa área como o médico que conversa com as famílias sobre a autorização para doação. Uma das primeiras vezes que eu tive oportunidade de fazer isso, lá no hospital em que eu trabalho, foi com o falecimento de uma menina de seis anos. A mãe dela me disse: “Doutor, eu não tenho certeza de que eu quero doar os órgãos da minha filha.” Eu respondi que nós estávamos lá para dar todas as informações e dar essa opção para eles. Logo em seguida, chegou o pai da menina e disse para a esposa: “A menina [não posso falar o nome dela] fez mais amigos do que eu fiz a vida inteira. Ela sempre queria ajudar todo mundo [ele se referindo à filha], e não tenho dúvida de que se ela tivesse a oportunidade de dizer, ela diria: ‘Quero doar meus órgãos para ajudar as pessoas”. Isso me marcou muito, porque eu não consegui seguir adiante a conversa, tive que sair da sala e foi a enfermeira da UTI que continuou conversando com essa família. Essa família agradece até hoje por ter tido a oportunidade de doar os órgãos e que aquilo, de alguma forma, serviu para aliviar a dor de perder uma filha, que é a pior dor que um pai ou uma mãe podem ter, ou que uma filha ou um filho podem ter ao perder algum de seus pais. Então, a doação de órgãos ajuda muito a quem está precisando de um órgão para sobreviver, mas ela ajuda muito as famílias que têm a oportunidade de doar os órgãos também. Nós trabalhamos muito para que as famílias tenham essa opção quando isso é possível, e que a família tenha a oportunidade de decidir, mas que as pessoas digam antes, ao conversarem com seus familiares, se querem ser doadores de órgãos ou não, porque essa família não vai poder decidir de outra maneira. Isso nos levou, Professor Marcos, a esse trabalho que está sendo exemplar. Podemos dizer que o Rio Grande do Sul avançou e atualmente somos o Estado líder em transplantes no Brasil e somos o terceiro Estado em número de doadores proporcionalmente à nossa população. Parabéns mais uma vez à iniciativa e obrigado por este espaço. Obrigado a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. King Jim, musico e transplantado, está com a palavra.

O SR. KING JIM: Boa tarde a todos. Queria agradecer a oportunidade, através da Fundação Ecarta, de vir dar a minha palavra a respeito das pessoas que tiveram a chance de fazer um transplante, de passar por um processo que é pesado, que é complicado, que tem uma fila muito grande. Eu sou muito grato pela sorte de estar vivo hoje, de ter nascido em Porto Alegre, num lugar onde tem a Santa Casa de Misericórdia, onde tem uma equipe maravilhosa, referência no setor de transplantes, onde tem médicos excelentes. E também sou muito grato à família que doou o órgão, porque a lei no Brasil é assim: a família decide se vai doar ou não o órgão. A lei é diferente em cada País. Então, é uma coisa cultural que existe no Brasil. As famílias têm que conversar entre si desde cedo; pais, filhos, crianças têm que conversar sobre morte, a morte não pode ser um tabu, ela significa vida, ela faz parte da vida. É uma coisa que tem que ser conversada nas escolas, não pode ser um tabu, não pode ser uma coisa silenciosa, tem que ser uma coisa conversada, porque essa fila é um absurdo. As pessoas morrem na fila, quando poderiam ter a chance de ter uma vida maravilhosa, como estou tendo, depois de tanto tempo. Eu fiquei quatro anos na fila, quase morri, há dois anos e meio estou bem forte, e agora transformei a minha vida numa missão de passar adiante essa informação, essa necessidade das pessoas conversarem sobre o assunto. Descobri que muita gente não tem informação sobre isso, as pessoas não sabem o que é o transplante, inclusive, dentro da própria área da saúde, nas universidades, nos hospitais. Isso aí precisa ser mudado, precisa ser, imediatamente, conversado, discutido na sociedade. A Espanha, como disse o nosso amigo Marcos, é referência mundial no setor. As pessoas vivem pensando no outro, de alguma forma. Ninguém está livre de ter algum familiar que vá precisar de um transplante de uma hora para outra. Então, nunca é tarde para a gente começar a conversar sobre isso em sociedade. Eu faço parte um grupo de músicas em que, praticamente, todos fizeram o transplante ao mesmo tempo – eu, o Bebeto Alves e o Jimi Joe. Nós fizemos um grupo musical chamados Los 3 Plantados, fizemos uma página no Facebook que passa informações sobre o assunto, e fazemos ações para conscientizar a doação em universidades, através da Fundação Ecarta, principalmente, hospitais e alguns lugares onde essa ideia precisa ser conversada, pois ela precisa ser justamente discutida em todos setores da sociedade.

Então agradeço muito a atenção de vocês e espero que vocês pensem, com muito carinho, a respeito deste assunto: transplante de órgãos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, é muito gratificante poder estar aqui de volta, em tão pouco tempo, a esta Câmara Municipal e receber aqui esse debate; encontrar e reencontrar o Prof. Marcos Fuhr, que acabou de aqui fazer uma fala importante sobre o trabalho da Fundação Ecarta, mostrando o trabalho que lá se faz com a Glaci e o pessoal, porque eu sou daqueles da antiga, Marcos. Eu me lembro que em 1977 eu entrei pela primeira vez no Sinpro para me associar à entidade, e acho que fiz certo. Digo ao King, transplantado, assim como outras pessoas que eu conheço, o quanto foi importante para a sua vida, e ao Dr. Cristiano Franke. Louvo, mais uma vez, as atividades desenvolvidas pela Fundação Ecarta.

Espero que este debate aqui hoje, Ver.ª Sofia Cavedon, nos ajude a fazer uma cruzada pelos quatro cantos da nossa Cidade. Acho que esse tema tem que ser levado para todas as escolas, porque aí, com a explicitação sem preconceitos, e como disse aqui o Dr. Cristiano, de forma muito emocionada, vamos convencer corações e mentes de gerações atuais e futuras para essa chamada cultura da doação, ela é primordial, e acredito que nós poderíamos dar continuidade. Então queria fazer um apelo à Comissão de Saúde da Câmara para que pensem em uma alguma atividade mais ampla que a gente possa levar adiante e que em algumas atividades públicas... Sou daqueles, Marcos Fuhr, que tem se dedicado a discutir o novo urbanismo da Cidade. Acho que temos que tomar as praças, não só o Brique da Redenção, que virou mania, mas todas as praças, todos os cantos da nossa Cidade, com atividades que poderiam ser, inclusive, tremendamente educativas. Quem sabe aqui também lanço um desafio – sábado passado, com todo o frio, conseguimos fazer uma mateada em plena Praça da Alfândega –, talvez no final possamos combinar com alguns outros Vereadores. Estou pensando, inclusive, Ver. Pujol, em fazer uma atividade na gloriosa praça vizinha sua, ao lado do Capitólio: uma ocupação de espaços públicos com atividades explicativas, por exemplo, com este fôlder maravilhoso, material da Fundação Ecarta, que se explica por si só, para que a gente possa desenvolver este tipo de atividade nas praças públicas. Sou parceiro para este tipo de luta porque ela é necessária e imperiosa. Vida longa à Fundação Ecarta! Bom trabalho para todos. Vamos fazer uma cruzada para que conquistemos os corações e mentes das pessoas por uma cultura da doação. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Dr. Cristiano, a sua fala nesta tribuna realmente mostra e evidencia a relação que os médicos têm com a sua atividade profissional. Vossa Excelência demonstrou, nesta tribuna, o principal conceito para mim, oriundo da atividade médica, que é a empatia. A empatia é a habilidade desenvolvida e inata do profissional da Medicina de se colocar no lugar da outra pessoa, de poder tentar perceber, dentro daquela situação que está sendo gerada pela doença, o que o paciente ou o seu familiar sente naquele momento. Via de regra, e, infelizmente, essa percepção, essa habilidade, Ver. Paulo Brum, que me ouve com muita atenção, é desenvolvida ao longo dos anos, e é desenvolvida a duras penas. Ela é desenvolvida quando nós nos deparamos com a morte. Ela é desenvolvida quando nós perdemos, às vezes, os nossos doentes, e, por isso, ela é tão carregada de emoção. Todos nós aqui já vivemos algumas décadas, temos alguma história para contar que se refira às questões dos transplantes, ou porque já atendemos pacientes assim, ou porque já tivemos familiares diretos que precisaram de órgãos, ou porque já tivemos conhecidos, jogadores de futebol, Ver. Tarciso, que já precisaram de órgãos. E, naquele momento, a aflição da família receptora é imensa, mas nós precisamos ajudar trabalhando também no outro mundo, no mundo daquela pessoa que está perdendo seu familiar, e isso é extremamente delicado. Isso, sem dúvida nenhuma, precisa de uma campanha cultural e que começa, como o Ver. Adeli disse, na pré-escola, que começa em uma cultura modificada no intuito do transplante. Então, quero parabenizá-lo, Dr. Cristiano, V. Exa. realmente conseguiu transmitir a todos nós a importância, a gravidade e a dificuldade de tratar com esse tema. Nós também precisamos, Ver.ª Sofia, que trouxe o tema à discussão, tema muito importante, discutir a assistência que se dá a esses pacientes. O paciente para ser sede de transplante tem que estar em morte encefálica e não orgânica, ou seja, o seu encéfalo – hemisféricos cerebrais e tronco cerebral – não deve mais estar responsivo. É um coma, como diz a literatura, um coma irresponsivo, ou seja, a pessoa está num estado de coma grave e que não poderá ser revertido. Para isso nós precisamos, sem dúvida nenhuma, melhorar os nossos atendimentos de UTI, ter atendimento de UTI em cidades médias e em algumas cidades pequenas, selecionadas, e que possam dar suporte a esses pacientes, para que esses órgãos possam servir também para transplante. Acho que, também, é por aí que a questão do transplante tem caído no Estado do Rio Grande do Sul. Muito por aí, por essa falta de estrutura não só pela campanha necessária e mudança de cultura, mas pela falta de estrutura. Como médico-legista, licenciado, Dr. Franke, observo, via de regra, que a grande maioria dos pacientes transplantados tem seu transplante oriundo de acidentes de trânsito, acidentes automobilísticos. E infelizmente, o uso de substâncias psicoativas, o uso de álcool e a gravidade dos acidentes têm sido tão grandes que não tem sido possível utilizar esses órgãos, até porque esses pacientes acabam não tendo suporte adequado. Acho que também se passa por uma revisão da assistência para uma melhor qualidade e quantidade de aproveitamento de órgãos. Parabéns pelo tema, nós realmente só vamos ter um melhor aproveitamento à medida que discutirmos cada vez mais esse tema. A Comissão de Direitos Humanos também está à disposição, porque isso é direito humano, direito à vida. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, quero cumprimentar com muito carinho, se me permitem, em primeiro lugar, a Glaci Salusse Borges, que trouxe a temática para o nosso mandato e me procurou enquanto professora, alguém que atua na educação, e é coordenadora do projeto junto a Fundação Ecarta e tem uma paixão, uma dedicação e está preocupada que ele ganhe a eficácia ou eficiência, o impulso que a Ecarta deseja. Assim, eu o cumprimento, presidente da Ecarta. prezado amigo, Prof. Marcos Fuhr. Eu me orgulho muito de uma entidade cultural, educacional, ligada a um sindicato, assumir um tema relacionado à vida como esse, que poderia parecer estranho, mas traz em si um sentido muito significativo do que é comprometer-se com uma educação integral, uma educação de qualidade e, de fato, com uma educação para a vida.

Quero cumprimentar o Dr. Cristiano, agradecer a ele e parabenizá-lo, afinal ele é o Chefe da Central de Transplantes do Estado do Rio Grande do Sul, chamar a atenção para isso. Que orgulho, um jovem médico chegar nesse posto e podermos celebrar que o Rio Grande do Sul está na vanguarda, mesmo com problemas, da eficiência, da capacidade técnica de realizar os transplantes. E ainda dever tanto para quem precisa.

E agora, em especial, King Jim, eu te cumprimento, tu que és três em um, como dizes, pude assistir, no lançamento do DVD do Bebeto, a vocês três se apresentando aqui no Teatro de Arena. Fiquei muito sensibilizada pelo compromisso que assumiram os três: o Bebeto, o Jimy Joe e tu, com essa causa, com depoimento pessoal, músicos de competência e de qualidade envolvidos nisso.

Eu queria acrescentar aqui, então, ao que alguns com mais conhecimento técnico falaram, o que significa trabalhar com essa consciência e com essa tomada de decisão é exatamente nadar contra a corrente do individualismo e da vida eterna – que vivemos como se fôssemos viver eternamente -, da vida ligada ao consumo e não à ideia do destino comum. A questão de sorver a vida individualmente, da conquista individual, do consumo como felicidade, e não a outra vivência, que eu acho que é a que enriquece, que dá sentido à existência, que é sentir-se comum a todos os seres vivos, homens, mulheres, plantas e animais, sentir-se responsável por todos, sentir-se vivendo em todos. Aquele sentido de que, quando eu faço uma plantinha crescer, quando eu cuido de um animal, quando eu me dou aos outros, quando eu compartilho com outros a vida, esta é a grande realização da vida. Ora, sair daquele lugar da realização do consumo, do individualismo, da competição e vir para esse lugar é nadar contra a corrente. Nós nadamos contra um bombardeio diário para nos transformarmos em clientes e consumistas. Portanto, para mim, essa é uma das mais generosas funções e missões do ser humano. E aqui nós chegamos na situação limite, que é a situação da doação, no fim da vida da gente e, quem sabe, da possibilidade de outras vidas. Eu me emocionei com o relato do doutor, sobre uma família, uma criança... A gente não consegue lidar direito com essa interceptação da vida tão jovem. Mas eu quero dar um depoimento, de outro lado, que nós perdemos, no ano passado, uma professora do Município, a Cláudia Cardoso, talvez conhecida do doutor, porque ela era uma transplantada que conseguiu ter 19 anos de sobrevida. Era uma pessoa extremamente positiva e que veio a falecer no ano passado. Mas vejam o que significa estender a vida de uma pessoa por 19 anos, num ato de tomada de decisão como essa. Então eu queria sugerir, Presidente, que esta Casa pudesse ter uma campanha, pois aqui somos muitos colegas, trabalhadores, funcionários e podemos multiplicar isso nas nossas famílias. Eu gostaria muito que não ficasse apenas na questão da educação. É óbvio que, nas escolas, a educação tem uma capacidade, uma capilaridade, de uma construção de outra cultura muito grande, mas nós temos potência em todas as nossas relações, em todos os órgãos públicos. As instituições têm responsabilidade de legislar, todos nós podemos e devemos nos envolver numa causa tão importante. Quero, sonho e disse para a nossa coordenadora Glaci que vamos fazer todos os esforços para inverter essa fila. Que bom que a gente tenha uma fila de órgãos esperando pessoas para serem transplantadas. Essa é uma meta muito linda, e eu estou, modestamente, me somando a ela e quero fazer menção ao Ver. Márcio Bins Ely porque, na semana passada, nós aprovamos uma data de conscientização à doação de órgãos. Eu não lembro bem em que semana, mas aprovamos isso. Parabéns à militância de vocês e obrigada pela presença.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, convidados que nos visitam, esta questão da cultura da doação é verdadeiramente o que falta à sociedade. Na realidade as pessoas receiam essa possibilidade de ser doador. Em 1980, portanto, há 36 anos, provavelmente quando os transplantes estavam iniciando, minha irmã fez um transplante de rins no Hospital de Clínicas com o cirurgião Jair Saad e a equipe dos Doutores Prompt e Koff. Vejam só o que é ser mãe e o que é ser pai: minha mãe doou o rim. Em 1980! E aí se falava: “Olha, a Tânia vai ter mais cinco ou seis anos de sobrevida, porque é um início, e vamos ver como fica”. Felizmente, minha irmã viveu 26 anos com o rim da minha mãe, a minha mãe viveu com um rim só até o ano passado, com 88 anos. Tanto a minha irmã quanto minha mãe, nenhuma delas morreu em função do rim. Eu sou doador, de selinho na carteira de identidade, que eu não sei se tem ainda, mas na minha continua. Essa cultura de convencer as pessoas de que é importante a doação, esse é o tiro certeiro para que possamos, cada vez mais, termos órgãos à disposição. A nossa colega Sandra, que está sentada ali, está fazendo 17 anos de transplante de rim, também com a mesma equipe do Hospital de Clínicas. Vida normal. Agora, tem o outro lado que não só o da doação, e não só o do transplante que renova vida, é a questão do medicamento, porque muitas vezes, a Farmácia do Estado não tem o remédio para dar ao transplantado. E não é incompetência de nenhum Governador. É que muitas vezes um único laboratório é que tem o remédio, aí o laboratório custa a entregar. Outras vezes, com mais de um laboratório, tem a licitação, e nesta questão toda da máquina pública emperrada, o transplantado acaba prejudicado. Tanto que eu criei nesta Casa, e pretendo retomar, uma Comissão Especial, Sr. Presidente, para fazer um acompanhamento nessa questão da entrega do medicamento pela Farmácia do Estado. Porque só quem convive com isso, quem depende disso, sabe a amplitude dessas dificuldades. Então, termino aqui, saúdo os senhores por essa iniciativa da cultura, é isso que o povo, a população precisa ter, a cultura da doação, é a renovação da vida. E quem, em casa, estiver nos assistindo, que tenha alguém da família que precise de um rim, por exemplo, e é compatível, se apresente. Eu conheço atletas profissionais, por exemplo, Tadeu Xavier, que foi zagueiro da Portuguesa, do São Paulo de Rio Grande, jogou mais de dez, quinze anos com um rim só. Porque, numa disputa de bola, ele levou uma joelhada, teve o rim extirpado e jogou futebol por mais dez, quinze anos com um rim só. A mesma coisa em Bagé, que teve um lateral chamado Rocha, a mesma coisa, e ele machucou um rim jogando, que foi extirpado, e jogou mais dez, quinze anos. Então, as pessoas que puderem, que sejam compatíveis, se unam a essa causa humanística, que é a de doação de órgãos.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Cumprimento a todos os senhores e senhoras, até peço escusas pelo atraso, eu estava num outro compromisso, não sei se já comentaram, mas V. Exa. fala do transplante de rim, e se faz necessário, se já não foi feito, fazer o registro de que a nossa colega, a Ver.ª Margarete Moraes, fez uma doação de um dos seus rins para o esposo. Eu acho que os Vereadores do PT aqui, também, estão lembrados desse momento importante. Então, só para registrar que a gente realmente se dá conta o quanto isso é importante, quando acontece, e parece que não vai acontecer, mas acontece. E aí nós nos damos conta da importância desses gestos e que são tomados antecipadamente. Obrigado, Vereador.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Só para encerrar, Presidente, como eu falei, há 36 anos, quando a minha irmã fez o transplante, eu ia ao Hospital Vila Nova, onde tinha a hemodiálise. Agora, há um ano e meio, quando meu pai morreu com 93 anos e precisou de hemodiálise em Bagé, havia equipamento de última geração, e eu fiquei impressionado como a tecnologia avançou, também, nesta área da hemodiálise. Parabéns aos senhores, obrigado por terem vindo aqui, e me somo a essa luta. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RODRIGO MARONI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. Bernardino, meu colega, cujo lugar eu assumi, por alguns dias, como suplente, que havia passado por um processo cirúrgico; exatamente, nesse sentido, me lembrou agora que eu, em 2008, era estagiário aqui, da Câmara Municipal, da Ver.ª Margarete Moraes. E acompanhei, de forma muito íntima, porque trabalhei no gabinete dela, toda essa história e todo o movimento que ela fez, naquele momento, da importância da doação de órgãos. Assim como, também, o Beto Albuquerque, que é um colega político, faz todo um trabalho a partir da sua experiência. Mas o que venho falar aqui é que, lamentavelmente, a gente se move muito a partir das nossas experiências. Infelizmente, o ser humano é egoísta, ele é individualista, só quando a coisa bate na bunda é que ele para refletir sobre determinadas coisas. É muito fácil a gente discutir problemas da nossa espécie, do que a gente está acompanhando. Então, quando a gente perde um filho porque bateu o carro, a gente passa a dar importância a dirigir com segurança; quando a gente perde um filho por overdose de droga, a gente passa a discutir isso, e assim é. Infelizmente, o bicho humano, que é bem conhecido, acho, por todos nós, lamentavelmente, é capaz de tropeçar na mesma pedra milhões de vezes e não ver. Discutir e trazer discussões como esta é determinante não só na Câmara Municipal, mas infelizmente não chega, muitas vezes, na sociedade, apesar da doação de órgãos hoje estar sendo mais discutida. Esse é o reflexo de uma sociedade medieval: ignorante, limitada. Na verdade, é isso; o que a gente está discutindo aqui é o quão a espécie humana é ignorante, é imitada, é incapaz de perceber as coisas de longo alcance. Na semana passada, ouvi uma palestra de um senhor aqui, comentando algo absolutamente inteligente: ele dizia que a gente só é capaz de recordar alguns dias para trás e alguns dias para frente. Dificilmente um ser humano consegue ver de uma forma mais global, a vida numa perspectiva mais ampla, além do seu próprio umbigo e dos seus próprios interesses imediatos. Eu estava levantando alguns números aqui, a minha parceira de trabalho estava me ajudando: foram 7.898 órgãos doados em 2014; 46% das famílias se negam a doar; a Espanha, hoje, é o país em que há mais doação de órgãos. Eu sou um indivíduo que acredita que a maior religião que há no mundo é o amor, eu sou defensor dessa tese e não estou aqui me colocando como um ser acima, que acredita que o amor ou algo superior... Acho que a gente é a mesma coisa e vamos todos virar vermes, amanhã ou depois, de maneira igual. Lamentavelmente, nos países onde a religião é forte, é onde menos tem doação, e isso, infelizmente, se dá pelos próprios preconceitos, muitas vezes, e não estou falando de uma religião ou outra, que as religiões impõem. Então, a gente faz uma batalha que não é pura e simplesmente da doação, mas é tentar tirar gente do negativo da ignorância. Espero que daqui a 100, 200 anos a gente consiga ter percentuais totais, porque, na verdade, não doar órgão, sinceramente, acho que é um egoísmo. Não tem nada mais egoísta no ser humano do que não ser doador, querer se manter depois da morte ainda egoísta e querer se garantir, depois da morte, ainda com o seu corpo como se fosse sua propriedade particular, como se fosse algo que pudesse ser mantido para a eternidade. No período das múmias, havia reis e imperadores que se mantinham assim. É lamentável que na sociedade atual, em 2016, ainda haja pessoas que acreditam que podem ser mumificadas ou mantidas de alguma forma, sendo que há um conjunto de análises médicas, de testes, de avaliações para que seja confirmado o processo da morte.

Então não é, na verdade, um processo de campanha de doação, mas eu acho que, mais do que qualquer coisa, é fazer o indivíduo pensar o quão ignorante é. Parabéns pelo trabalho de vocês.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com prazer que venho à tribuna, especialmente depois de por ela já terem transitado importantes representantes populares que têm assento nesta Casa legislativa. O material promocional da cultura doadora é de excelente qualidade. A simples leitura do mesmo nos coloca em frente ao problema, especialmente me excluir dessa situação pela idade, mas me inclui pela solidariedade. Aliás, Ver. Adeli Sell, quero lhe agradecer o chamamento e a convocação, na medida em que eu me enquadro naquele item que fala da sociedade. Não posso mais doar – extrapolei o limite em cerca de uma década –, mas tenho condições de contribuir para a divulgação.

Acho que essa colocação feita por V. Exa., Ver. Adeli Sell, no sentido de nós irmos à praça, é consolidadora de uma ação. Se nada mais se realizar dentro da escola e da família, a sociedade como um todo tem que dar a visibilidade que o programa tem. Por isso, eu solicitei ao meu colega de bancada, o Ver. Dr. Thiago, que já emprestasse essa solidariedade minha à proposta do Ver. Adeli, mas o mesmo não compreendeu, achou que eu estava alertando que viria à tribuna depois. Seria desnecessário eu estar ocupando esta tribuna, em face dos belos pronunciamentos que já ocorreram, mas nunca é demais acrescentar uma palavrinha dentro dessa ideia; ideia essa, Ver.ª Sofia, que tem que ser compartilhada por todos, o que, evidentemente, vem ocorrendo nesta Casa.

O Ver. Bernardino Vendruscolo teve a lembrança de trazer exemplos praticados por colegas nossos aqui dentro da Casa – no caso, a Ver.ª Margarete Moraes, ex-Presidente deste Legislativo. Eu aduziria mais: ex-colegas nossos se beneficiaram da cultura doadora, como foi o caso do Ver. João Mano José, que ganhou mais 30 anos de vida porque teve a solidariedade de receber um rim de um doador, quando já estava extremamente debilitado pela continuação do processo de hemodiálise que realizava.

Eu quero contar com todos os senhores, especialmente o Marcos, nessa sua condição especial de músico e de transplantado. Vamos fazer a música do transplante, a música do amor, a música da solidariedade e vamos juntar todos, os mais idosos, como eu, e os mais jovens, como vários integrantes da Casa, enfim, todos aqueles que entendem que uma causa como essa, que convoca para a solidariedade, só admite um tipo de resposta: estou presente, estou na primeira linha, disposto a contribuir da forma que me for possibilidade. E, entrando na carona da proposta do Ver. Adeli Sell, a Praça do Capitólio já se prepara para ser um dos lugares onde nós organizaremos campanha de visibilidade em favor da solidariedade, que aqui se proclama, no dia de hoje, e com os quais, obviamente, todos nós nos mantemos solidários, desde já e a partir deste momento.

Venham sempre aqui e saibam que a vinda dos senhores aqui no dia de hoje não foi plantar no deserto, plantar em solo fértil. A figura da solidariedade campanha a vida de todos nós, e uma demonstração da pujança de uma atividade como os senhores fizeram, no dia de hoje, nos coloca, integra, de forma expressiva dentro desse mutirão solidário, que os senhores, em boa hora, organizaram e desenvolvem. Contem conosco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fiz vários jogos com o Dr. Lucchese, com o pessoal transplantado no Estádio Olímpico – ainda o nosso Olímpico, maravilhoso. Mas o que veio a me emocionar muito é que eu tive um irmão que veio a falecer aos seus 85 anos e ele era o meu ídolo. Porque sempre se fala “meu pai, meu herói”, mas para mim aquele irmão era um líder, era o meu herói, ele que encheu o meu coração de muitos sonhos, esperanças, era um dos melhores que vi jogando futebol. Por isso veio esse sonho de jogar futebol, pois esse irmão mexia isso em mim. Esse irmão fez um transplante de medula óssea e permaneceu por muito tempo ainda vivo, quase 12 anos, depois veio a falecer. Quando tu falavas, lembrava do meu irmão. Doar, para mim, é um ato solidário porque salva muitas vidas e nos faz perceber que podemos construir um mundo melhor através do amor ao próximo. Afinal, a vida é um dos bens mais preciosos que temos. Conversava com vocês que, infelizmente, se vai uma vida, se vem outra vida, é a vida, nós falamos em vida. Doar é a esperança para muitos que estão na fila. Sei como deve ser, doutor, naquele momento em que se pede àquela família que perdeu um ente querido para doar, porque o senhor também é humano, aquela dor que eles estão sentindo, o senhor também está sentindo. É muito difícil. Eu, várias vezes, jogando no Olímpico contra os transplantados, conversei com um que estava me marcando e tinha a mesma disposição de um atleta normal. Conversava com o João Bosco Vaz, no primeiro ano, o cara vai correr, está com o coração transplantado, é normal. Que beleza, isso me faz sorrir. Quero dar parabéns a vocês! Nota cem pelo que vêm divulgando, contem com o nosso partido, o PSD. O meu Presidente está aqui, conte com o nosso partido e conte com essa pessoa, em particular, porque eu sei o que é o transplante. Não fiz transplante, mas sei por meu irmão, que amei muito e que está dentro do meu coração. Então, parabéns, nota 100! Vamos divulgar aquilo que a Ver.ª Sofia falou, nós temos que divulgar. Porque, às vezes, o povo é ignorante, pois tem medo do desconhecido, mas, quando se conhece, o medo acaba. E é disso que nós precisamos, Presidente Cassio, da divulgação. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Boa tarde a todos. Presidente Cassio Trogildo , na pessoa de V. Exa., cumprimento os demais Vereadores e Vereadoras. Quero pedir desculpas porque estou um pouco gripado, um pouco afônico, mas não poderia me furtar de vir a esta tribuna fazer a minha manifestação, cumprimentando o chefe da Sessão de Transplantes do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Cristiano Franke. Cumprimento o Professor Marcos Fuhr, Presidente da Fundação Ecarta; e o King Jim, músico transplantado, integrante do Los 3 Plantados. Quero também cumprimentar o público que nos assiste nas galerias, na TVCâmara e especialmente a delegação da ACM, a qual também destinaremos a tarde de hoje para fazer o registro do dia do acemista. Permitam-me fazer aqui uma menção à Maria Inês, ao Caporal e a toda Diretoria da ACM que abrilhanta os trabalhos desta Sessão de hoje.

Primeiramente, senhoras e senhores, quero me dirigir ao Kim Jim. Kim Jim,por um período, fui sobrinho do Bebeto Alves, que é teu parceiro é transplantado também. O Bebeto foi casado com uma tia minha, Cristina Bins Ely, irmã do meu pai, irmã do meu pai. Eles têm uma filha, que é a Kim, tu deves conhecer a Kim Bins Ely Alves, que é minha prima-irmã. A gente quer aqui empenhar todo o nosso reconhecimento e apreço por esse trabalho que vocês fazem no sentido de incentivar a doação de órgãos – sangue, tecidos, medula óssea. Parabéns! Quem não se lembra das músicas do Garotos da Rua? “Lá em casa continuam os meus problemas...” Parabéns! Que bom te ver aqui, tu que és uma figura que agrega valor a essa campanha, tenho certeza.

Quero dizer que, nesta Casa, semana passada, nós aprovamos um projeto de minha autoria. Eu faço parte da Frente Parlamentar de Incentivo à Doação de Órgãos e Sangue instituída nesta Casa, a qual eu presido com muita honra. A gente tem feito inúmeras parcerias e tido algumas iniciativas de projetos de lei. Nós estamos conseguindo concretizar, viabilizar e colocar na pauta da agenda positiva da Cidade. Alguns, é bem verdade, por sugestão do Viavida, que é uma entidade muito pró-ativa, através do Otávio Augusto, do pessoal que sempre traz exemplos que estão dando certo. Está tramitando aqui um projeto de lei que torna obrigatório o teste para as hepatites virais. Se a pessoa descobrir que tem hepatite, ela pode se tratar e curar a doença. Mas, se ela ficar sabendo na última hora, ela vai morrer. A mesma coisa no que diz respeito ao projeto de lei que instituiu o Julho Amarelo, para fazer uma prevenção e um alerta sobre as hepatites. E o Setembro Verde, já que nós temos o Outubro Rosa, o Novembro Azul. Através da nossa assessoria e dessas sugestões que vêm do terceiro setor e das entidades de representação que carecem tanto de um apoio do poder público, dos poderes instituídos, a gente tem procurado transformar e trazer à realidade legislações que possam incentivar a doação de órgãos e sangue na nossa Capital. A gente tem uma parceria com o pessoal transplantado de rim, de fígado, especialmente da Santa Casa, onde participo, na condição de “irmão” da Santa Casa.

Quero dizer que todo e qualquer movimento que se possa fazer no sentido de incentivar as pessoas a serem doadoras, ele é válido e é muito importante. Quantas foram as vezes que nós ouvimos dizer que os bancos de sangue estavam com os estoques baixos. Eu me lembro, quando eu servia ao quartel, Dr. Cristiano, o Tenente nos enfileirava e íamos todos doar sangue, era uma maravilha! Pelo menos três vezes ao ano nós íamos doar sangue. Acho que às vezes precisamos ter iniciativas que se concretizem para incentivar a doação. Estamos aqui para difundir a cultura doadora e, mais uma vez, meus cumprimentos a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, têm colaborado no sentido de implementar políticas públicas pró-doação. Parabéns, inclusive agradecendo àqueles que emprestam a sua imagem para uma causa tão nobre, como é o caso do King Jim, nosso músico, que hoje acompanha os trabalhos da nossa Sessão. Pela atenção, muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. Marcos Fuhr está com a palavra para as considerações finais.

 

O SR. MARCOS FUHR: Quero agradecer as referências, os reconhecimentos dos Srs. Vereadores e dizer que esta é uma causa que não tem dono, não pode ter; esta é uma causa que transcende todas as diferenças ideológicas, enfim, uma causa que deve fazer parte do patrimônio cultural da nossa sociedade e para a qual todas as iniciativas, todas as disposições, sejam do Poder Público, sejam do setor privado, sejam das entidades das mais diversas naturezas, são bem-vindas.

É muito importante que este assunto seja permanentemente pautado. É verdade, os dados sobre a doação têm melhorado no Estado e no País muito em função da realização de diversas campanhas que têm se somado no sentido da construção de uma cultura doadora. De nossa parte, consideramos que a nossa marca, lá da Fundação Ecarta, do nosso projeto, tem a pretensão de ser um projeto permanente. No nosso entendimento não são apenas campanhas esporádicas que formam a cultura doadora; é muito importante que haja uma atuação permanente nesse sentido, de formar corações e mentes, para essa disposição doadora. É muito importante que este assunto, por exemplo, possa ganhar as escolas, que ele possa ser assunto da escola e sensibilizar professores, que possam trabalhar pedagogicamente este assunto em sala de aula, contribuindo, dessa forma, para que as nossas crianças, os nossos adolescentes, a partir da escola, desenvolvam uma disposição doadora, uma disposição de virem a ser doadores numa circunstância extrema das suas vidas. O apoio do Poder Público, através da Câmara de Vereadores, é muito importante nesse sentido.

Então, quero agradecer pela oportunidade de podermos aqui falar a respeito desse assunto, registrar com satisfação as iniciativas que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre já teve e está tendo em relação a esse tema, no sentido de contribuir também, dessa forma, para a formação de uma efetiva cultura doadora na sociedade porto-alegrense. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradecemos a presença da fundação Ecarta, do Sr. Cristiano Franke, do Sr. Marcos Fuhr e do Sr. King Jim. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

(Suspendem-se os trabalhos às 15h32min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 15h33min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Engº Comassetto solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vereador-Presidente Cassio Trogildo, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, pessoas que aqui nos assistem, inicio esta fala fazendo um convite, que nos próximos dias, 25 e 26 de junho, estará ocorrendo o 60º Rodeio de Poesias da Estância da Poesia Crioula. Esses nomes técnicos às vezes geram uma dificuldade de entendimento para quem não convive no meio. Essa entidade está fazendo 60 anos, e teve, na sua formação, nada menos, nada mais, ao passar desse tempo todo, como Presidentes, pessoas de renome. Eu aqui inicio dizendo: primeiro presidente, Hugo Ramírez; Nitheroy Ribeiro; Jayme Caetano Braun; Guilherme Shultz Filho, Cyro Gavião; Mozart Pereira Soares; Pery de Castro; Hélio Moro Mariante; José Paim Brites; Zeno Cardoso Nunes; Vasco Mello Leiria; José Hilário Retamozo; Francisco Pereira Rodrigues; Dias Francisco Fiorenzano; Caio Flávio Prates da Silveira; Sérgio de Laforet Padilha; Léo Ribeiro de Souza; Beatriz de Castro; José Machado Leal; Cândido Brasil; e agora Wilson Tubino. Ontem o Léo Ribeiro de Souza me fazia referência da importância dessa entidade. Pois olhem, senhoras e senhores, pasmem, mas eu preciso fazer um registro. Comunicando esse evento, que vai acontecer no dia 25 e 26 de junho na Fundação Pão dos Pobres, quero dizer que esse evento, que acontece de dois em dois anos, pela lei aprovada por esta Casa, de minha autoria, Lei nº 11.413/2013, diz o seguinte: que esse evento será incluído no Rodeio de Poetas Crioulo e constará no Calendário Oficial de eventos de Porto Alegre. É bom que os Vereadores prestem bem atenção no que eu vou dizer: a lei, aprovada por esta Casa e sancionada pelo Prefeito, diz que essa entidade e esse evento vai fazer parte do Calendário Oficial de datas comemorativas, do Calendário Oficial de Eventos. Pasmem, não está em nenhum calendário! Eu, às vezes, fico um pouquinho triste, mas não vou recuar. Só para fazer uma referência, eu trabalho com os demais Vereadores aqui e não tenho dificuldade em questionamentos de projetos, desta ou daquela natureza. Nós aqui às vezes divergimos, mas nos respeitamos e construímos aquilo que pudemos e devemos construir, perante a nossa sociedade.

Vou lhes dizer que em 2005, um projeto de minha autoria, aprovado por esta Casa, sobre o centenário de Érico Veríssimo. Em 2006, centenário do Mário Quintana. Tombamento da Banda Municipal – pasmem, a Banda Municipal tem 91 anos, ela existe! Sabe por que quase não aparece? Porque há um ruído; então, parece que as pessoas são mais importantes que as instituições. Noventa e um anos da Banda Municipal, que graças a colaboração dos senhores, foi tombada. Depois aprovamos aqui um projeto que cria a semana das etnias - vi pouca coisa até hoje. Depois, concursos de poesias da União Brasileira de Trovadores - também um projeto de nossa autoria, aprovado pelos senhores - um evento que acontece de dois em dois anos. São eventos importantíssimos de uma cultura que parece que quem está dirigindo este Município não tem interesse. Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, promovida pelo Piquete Tradicionalista Fraternidade Gaúcha - agora, em 20 de agosto, haverá um novo encontro. É uma entidade subordinada ao Grande Oriente do Rio Grande do Sul. Acampamento Farroupilha da Copa do Mundo, aprovado por esta Casa. Patrono do Acampamento Farroupilha, lá no Acampamento Farroupilha, também de nossa autoria, aprovado por esta Casa. Regramento do Acampamento Farroupilha - quer queira ou não, agora nos encontrávamos há poucos dias, vê-se claramente a angústia para se mudar, mas até então não tinha nada. E nós concordamos que precisa atualizar. Memorial em Homenagem ao Chimarrão – pasmem, aqui vou fazer um aparte, vou pedir encarecidamente que me ouçam. Observem que não estarei ofendendo a ninguém. Se fizerem uma pesquisa nas portas de qualquer instituição em qualquer lugar desta Cidade, 95% das pessoas não conhecem um pé de erva-mate, mas 95% conhecem um pé de maconha! Eu não estou dizendo que 95% usem maconha. Não, é que infelizmente qualquer notícia que diga respeito à droga, botam um pé colorido de maconha, nas revistas, nos jornais ou na TV. E a erva-mate, que hoje não é consumida somente para o chimarrão, é uma árvore nativa daqui, não preciso falar do chimarrão, não é divulgado. Nem as ervateiras se interessam por isso. Eu chego a me questionar, não estou afirmando, mas estou me perguntando... Hoje nós estamos vendo os absurdos que estão fazendo com o leite, de forma criminosa estão contaminando a população com leite envenenado. Eu chego a me questionar: será que não deveríamos fiscalizar também a erva-mate? Eu não estou dizendo que esteja acontecendo, eu estou fazendo um questionamento. Nós temos que investigar tudo, a água que consumimos, os refrigerantes, verificar se a composição química dos produtos está sendo respeitada. Eu fico muito triste.

Para concluir: a Lei do Parque Temático é de minha autoria; Museu do Gaúcho também – nada disso foi feito nesta Cidade; Museu do Negro, Ver. Tarciso – nada, nada, nada! Agora só tem uma onda de valorizar um tipo cultural, e eu não vou nem citar, porque eu não preciso e não quero fazer crítica, comparação ou concorrência! Mas eu gostaria que todos os segmentos fossem contemplados. É lamentável. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Presidente, Vereadores, Vereadoras, todos os que nos assistem, eu não poderia deixar de vir aqui hoje, porque é a minha bandeira, Sr. Presidente. Na tarde de terça-feira, como Presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, da Câmara de Vereadores, participei da solenidade que marcou a inauguração da Escola Municipal de Educação Infantil Jardim Floresta, no bairro Lami, Extremo-Sul da Capital gaúcha. Estavam também os Vereadores Dr. Thiago, João Bosco Vaz, Paulinho Motorista e o nosso Presidente, Ver. Cassio Trogildo.

A inauguração dessa escola reflete o crescimento e loteamento do Jardim Floresta e também do bairro Lami. Esse crescimento traz consigo a necessidade do Poder Público construir formas de atender as demandas educacionais existentes na região. Na EMEI Jardim Floresta serão atendidas 120 crianças de zero a seis anos, em turno integral. O investimento para construção dessa escola foi divido assim: metade veio do Governo Federal e metade veio do Governo Municipal. Eu quero dar os parabéns a diretora, Carla Rosa dos Santos; a Secretária da Educação, Cleci; e o nosso Prefeito. Na fala do Prefeito, eu me emocionei muito quando ele disse que a escola é uma terra onde estamos colocando as sementes, e, dessas sementes, crescerão essas lindas árvores que darão lindos frutos. E as crianças estavam sentadas. Isso me emocionou muito, porque, sempre, que eu venho aqui falo na inclusão das crianças através do esporte e da educação. Eu só vejo um caminho. País de Primeiro Mundo não é país rico, com dinheiro; é país educado. Esse é o país do Primeiro Mundo. É país onde nós respeitamos uns aos outros, somos solidários, somos irmãos, sem preconceitos. Que lindo, ontem, o que foi feito naquela escola, na fala do nosso Prefeito José Fortunati. Isso me emocionou muito, porque esta é a minha luta, porque eu vim lá da periferia. Claro que eu vim de outro Estado, vim de uma cidade muito pequena, de uma família muito humilde e consegui - pois era muito difícil, o preconceito era muito mais forte – lutar pelo nosso sonho. Então, eu tenho um compromisso comigo, não só como Vereador, mas como cidadão, pelos presentes, pelos sonhos que ganhei de Deus, que é devolver esses presentes. Essa é a minha luta: pela educação, pelo esporte. Eu só vejo esse caminho. O esporte nos traz companheirismo, nos faz um cidadão melhor, equilibrado. A educação nos dá o conhecimento. Eu acho que chegou o momento de todos nós, sociedade, governantes, pararmos para pensar: que País nós queremos? Que caminho nós queremos seguir? Essa é a verdade. Então, a minha luta vai ser sempre por isso, bem como pelo Museu do Negro, Ver. Bernardino. Todo o ano, eu falo no Museu do Negro. A raiz africana é a minha raiz. Temos que ter o Museu do Negro, porque o negro foi muito hostilizado aqui no País chamado Brasil, que nós ajudamos a construir, assim como os italianos, os alemães, os holandeses e os portugueses. Nós não queremos migalhas, nós queremos uma coisa que o País nos deve, que é a educação. O País nos deu a liberdade, mas não nos deu a educação, nós continuamos amarrados por essa corrente, só isso. E o Museu do Negro vai poder explicar o que foi o negro, o que é o negro, de onde vem e por que está aqui neste País. É o Museu do Negro. Então, Ver. Bernardino, quando falo na mãe África, eu sou descendente, meus ancestrais ficaram lá, e eu estou aqui, neste País maravilhoso, ajudando, assim como meus pais e meus avós ajudaram a construir. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, em 1ª Sessão de Pauta, temos o PLL nº 073/15, que teoricamente institui o Código Municipal de Proteção aos Animais. Quero dizer que tal projeto de lei está, em primeiro lugar, proposto de maneira incorreta, pois desde 2012, a Lei Complementar nº 694 consolidou a legislação relativa a animais domésticos. Portanto, por força da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e do Regimento Interno, tal temática não pode sequer tramitar como projeto de lei ordinária. Então solicito à Mesa Diretora que trate, de ofício, e arquive este projeto de lei, pois a Procuradoria desta Casa diz o que segue: “... de ressalvar, contudo, item A, os conteúdos normativos do inciso V e VII do art. 2º, arts. 3º, 5º, 7º, 9º e 13 a 24 deste projeto de lei, com a devida vênia, extrapolam do âmbito do predominante interesse local de competência do Município, incidindo em violação ao disposto no inc. VI e XIII do art. 24 da Constituição da República, que deferem competência à União e aos Estados para legislarem sobre proteção e meio ambiente. Item b: Os arts. 4º e 8º da proposição dispõem sobre matéria atinente a Direito Civil, caracterização de bens públicos de competência exclusiva da União, incidindo, com a devida vênia, em violação ao art. 22, inciso I da Constituição Federal. Item c: Conforme a Procuradoria desta Casa, o parágrafo único do art. 7º deste projeto de lei regula matéria penal, incidindo, salvo maior juízo, de forma idêntica, em violação ao art. 22, inciso I da Constituição Federal. Letra d – Os preceitos dos artigos nº 27 a 29 da proposição porque consubstanciam imposição de obrigações ao chefe do Poder Executivo e atrai malferimento ao princípio da independência dos poderes. Constituição Federal, art. 2º. Cabe aduzir ainda, segundo a Procuradoria da Casa, que a Lei Orgânica, no art. 76, dispõe que a instituição de códigos exige iniciativa parlamentar de projeto de lei complementar, preceito inobservado no caso deste projeto. Além disso, o referido projeto de lei apresenta inúmeras contradições, inclusive não conseguimos decifrar, diz a Procuradoria, se o referido projeto de lei defende o sacrifício dos animais, ou se o tal projeto não defende o sacrifício dos animais. Portanto, quando este projeto retornar como projeto de lei complementar, vou me permitir discuti-lo. Esse foi o Parecer da Procuradoria da Casa, Sr. Presidente.

Em segunda Sessão de Pauta, o PLL nº 016/16, que trata da circulação segura de animais silvestres ou domésticos nas vias públicas. Em primeiro lugar, vejo que o mesmo deva ser projeto de lei complementar, uma vez que trata de trânsito, trata também de comportamento de cidadãos, e diante disso altera o Código de Postura, que por sinal estamos aguardando o projeto de Código de Convivência do Executivo Municipal.

Por fim, alguns artigos deste projeto tratam do Meio Ambiente, sendo que temos Código Municipal para este assunto. Portanto, assim como o primeiro projeto que fiz menção aqui, este também tratarei de discuti-lo quando retornar como projeto de lei complementar.

Por fim, na segunda Sessão de Pauta, o PLL nº 068/16, que trata de sepultamento de animais, mesma situação dos anteriores: não pode tramitar com projeto de lei ordinária, deve ser projeto de lei complementar. Leio trecho do Parecer desta Procuradoria, Sr. Presidente: “Os serviços funerários do Município de Porto Alegre constituem serviços públicos por Lei Complementar nº 373/96.” E diz ainda a Procuradoria mais adiante: “de ressaltar apenas que a instalação de cemitérios pressupõe licenciamento ambiental, como previsto na Lei nº 8.267/98, anexo I, e o projeto de lei altera a condição original da atividade licenciada, seu conteúdo normativo sob tal enfoque, implica autorização de exercício de atividade em descompasso com a legislação ambiental municipal.” Isso eu complemento lendo o art. nº 60 da Lei Complementar nº 694/12, que diz que o Programa de Proteção aos Animais consiste em destinação de local para o sepultamento de animais; e o art. 13 diz que, em caso de óbito, caberá ao seu proprietário a disposição adequada de animal morto ou seu encaminhamento ao serviço municipal. Então, o Executivo Municipal deverá dispor desse serviço, mediante a solicitação do interessado e pagamento das despesas. Em caso de iminente risco à saúde pública, o Executivo também promoverá a remoção. Sendo assim. Solicito que seja aplicada, Sr. Presidente, a Lei Orgânica do Município e o Regimento desta Casa, e que os três projetos de lei ordinária sejam arquivados, conforme Parecer lido, da Procuradoria, uma vez que há a Lei Orgânica do Município e Regimento para serem respeitados. Para encerrar, Sr. Presidente, então, é tecnicamente mais fácil aprovar o Parecer, pois necessita de maioria simples, enquanto que o projeto de lei complementar necessita de maioria absoluta, ou seja, de 19 votos. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, eu tenho o Grande Expediente depois e não podia deixar de subir aqui no meu tempo de liderança. Chega a ser engraçado, queria convidar todas as pessoas que estão aqui presentes, e o público que nos assiste pela TV Câmara, a acompanhar o trabalho da Ver.ª Lourdes Sprenger, o qual, neste último ano, eu acho que não teve nada além de falar dos meus projetos e do trabalho que eu faço destro e fora da Câmara de Municipal também. Lamentavelmente, eu costumo dizer aqui, particularmente não tive uma namorada até hoje tão aficionada e vocacionada a viver em torno de mim como a Ver.ª Lourdes Sprenger, que talvez faça algum tipo de transferência de emoção psiquiátrica ou de alguma coisa mal elaborada internamente. Eu vou dizer uma coisa, se a gente pegar os registros da taquigrafia, eu duvido que eu tenha recebido uma carta de amor tão extensa quanto a da senhora. A senhora trabalha para mim! A senhora é praticamente uma funcionária do meu Gabinete, não contratada. Nas férias, gente, para vocês terem uma ideia - eu tenho que rir, porque isso, aqui, é a Câmara Municipal de Porto Alegre -, ela ligava para as protetoras de animais e mandava dizer, pelo Facebook, que quem fosse amigo do Maroni seria excluído do seu Facebook. Eu tenho impresso. Para vocês verem, talvez, ela tenha a mentalidade de uma criança de três anos, uma coisa assim, ou, no máximo, quatro anos. Mas, Ver.ª Lourdes, eu vou lhe trazer um caderno de caligrafia, uma borracha, lápis de cor, para senhora ter com que se distrair, argila, massinha; e a gente pode, um dia, combinar de a senhora fazer uma maquete bem bonita, nós, de mãos dadas, salvando os animais. Porque, seguramente, eu não imaginei que eu ia ter passado um ano assim. Parece stand-up, isso que eu estou fazendo, parece que o Maroni vem fazer um curso de humor. Infelizmente, não é, gente. Nós temos uma Vereadora, aqui, a menos, que virou telemarketing do meu mandato, escreve para as pessoas, Mãe Vera, através do meu mandato, e não se dá conta que faz uma campanha permanente, porque ela é chata. Então, como ela é chata e as pessoas não gostam dela, acabam gostando de mim. Não é nem por mérito. É uma coisa lógica. Uma pessoa que é inconveniente, só fala mal, é medíocre, é fútil, fala de coisas só rasteiras, o tempo inteiro, é óbvio que tu vais gostar do outro lado. É como tu veres o jogo do Barcelona contra o São Luiz de Ijuí. Tu vais torcer pelo mais fraco, para aquele que apanha injustamente. Pois, Ver.ª Lourdes, querida, eu convido a senhora a trabalhar, Ver.ª Lourdes, eu convido a senhora a trabalhar de verdade, efetivamente. A senhora que se diz defensora dos animais; eu duvido que uma pessoa que goste dos animais fale tão mal do ser humano. A pessoa, para gostar de um animal, ela tem que ter um nível de sensibilidade, um coração grande. A senhora, seguramente, o seu coração, como eu lhe falei, já está amortizado, é só ódio, é só intolerância, é só crítica, é só questionamento. E quem acha que eu estou mentindo, estão ali as meninas da taquigrafia. Gurias, imprimam para mim que eu panfleteio aqui dentro do plenário ou em qualquer local. Eu quero dizer o seguinte, Ver.ª Lourdes, o que a gente fala dos outros é o que a gente pensa da gente. A gente só comenta, menciona e valora o outro pelo que a gente sente da gente. Quando tu achas uma pessoa legal, é porque tu vês o mundo assim; o mundo é igual para todos. A Ver.ª Lourdes escolheu o caminho do ser chata, do ser crítica, do querer incomodar e do querer, o tempo inteiro, estar no pé. Eu vou dizer uma coisa para a senhora, Vereadora: convido a senhora para trabalhar comigo, se a senhora quiser trabalhar no meu gabinete, pode trabalhar, mas aí a senhora vai ter que tirar essa amargura do seu coração. A senhora não vai poder trabalhar assim, porque aí eu não vou deixar a senhora nem atender ao telefone, porque, seguramente, a senhora vai espantar as pessoas do meu gabinete. Eu convido, de forma qualificada, se for para ser gentil, para atender, para tentar pensar, saber que a gente é ser humano e tem a aprender, tratar as pessoas com gentileza, com sorriso no rosto. Reginaldo, meu querido, neste último minuto eu tenho que dizer isso para ela. Eu convido a Ver.ª Lourdes para trabalhar e, se ela não quiser trabalhar e quiser se entreter, que me diga, aí eu compro massinha, compro uma bonequinha, compro uma bicicleta de rodinhas para que ela possa, assim, se distrair e ser um pouco mais feliz; já que ela está com três para quatro anos de idade, vou procurar brinquedos para que ela possa, seguramente, se distrair e, talvez, assim, amadurecer, chegar aos sete, oito anos de idade até o final do mandato. Aí vai estar mais distraída com a leitura, sabendo somar, dividir, entre outras coisas. Um abraço para a senhora, Dona Lourdes; e, gente que está aqui assistindo, infelizmente essa é a realidade da política brasileira, isso acontece no Brasil.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Dando continuidade às Comunicações, este período é destinado a tratar o assunto Dia do Acemista.

Em nome da Casa, me desculpo pelo horário, realmente nós temos uma dificuldade regimental em que nós não temos como estabelecer exatamente o momento do período de Comunicações, estamos tentando, inclusive, melhorar isso para que não aconteça de os nossos convidados terem que permanecer aqui aguardando.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Cristiano Freitas Ristov, Segundo Tesoureiro da ACM-RS; a Sra. Mariana Cunha Rosa da Silva; Diretora da ACM-RS.

O tempo regimental de 10 minutos para manifestação será dividido entre dois oradores. O Sr. Matheus Cardoso, Voluntário da ACM-RS, e a Sra. Carolina Freitas Ristov, Voluntária da ACM-RS, estão com a palavra.

 

O SR. MATHEUS CARDOSO: Senhoras e senhoras, boa tarde. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Cassio Trogildo, membros da Mesa, demais autoridades aqui presentes, voluntários e profissionais da ACM-RS, gostaria de registrar que é uma honra estar presente no Poder Legislativo Municipal, que é a verdadeira Casa do Povo. Viemos aqui hoje falar um pouco sobre a nossa situação, a YMCA, ou ACM, que tenho certeza que a maioria de vocês já conhece.

 

A SRA. CAROLINA FREITAS RISTOV: Fundada durante a revolução industrial, no dia 6 de junho de 1844, pela iniciativa de um grupo de jovens, entre eles George Williams, que tinha o desejo de oferecer aos jovens trabalhadores um espaço para a leitura da bíblia e também um momento para refletirem sobre o mundo em que viviam, discutirem os problemas e as profundas transformações socioeconômicas que ocorriam a cada dia.

 

O SR. MATHEUS CARDOSO: Hoje, a ACM está presente nos cinco continentes, em 119 países, tem 11.220 sedes, conta com mais de 58 milhões de membros, mais 96 mil colaboradores e mais de 725 mil voluntários. É uma instituição ecumênica, filantrópica, de assistência social e de atividades educacionais, sem fins lucrativos, que congrega pessoas sem distinção de raça, posição social, crença religiosa, política ou de qualquer natureza.

 

A SRA. CAROLINA FREITAS RISTOV: Nesta semana, mais precisamente no dia 6 de junho, dia do acemista, comemoramos 172 anos da criação da ACM, instituição que ainda mantém forte o compromisso dos seus fundadores: trabalhar para uma sociedade mais justa, preocupada com o presente e com o futuro de todo mundo.

O SR. MATHEUS CARDOSO: O movimento mundial de ACMs está trabalhando com o desafio de dar voz a esses jovens, de ouvi-los, para saber quais as suas necessidades, inquietudes e anseios, porque acredita que eles devem ser os protagonistas em suas vidas e nas comunidades onde vivem.

 

A SRA. CAROLINA FREITAS RISTOV: Para isso, desde 2011, a ACM mundial vem trabalhando na pesquisa Um Milhão de Vozes, uma ação de alcance global, com o objetivo de ouvir as necessidades de jovens com idade entre 15 a 24 anos ao redor do mundo para contar a história não contada. Apesar de vivermos em países diferentes, a pesquisa mostrou que as nossas necessidades são mais parecidas do que imaginamos.

Neste momento, convido todos a assistirem um vídeo.

 

(Procede-se à apresentação de vídeo.)

 

O SR. MATHEUS CARDOSO: A pesquisa feita com milhares de jovens revelou que os temas que mais detêm a nossa atenção são as seguintes áreas: emprego, saúde, direitos humanos e meio ambiente. Muitos jovens relataram sobre a dificuldade para conseguir emprego; outros, o anseiam de saber mais sobre direitos em geral. Muitos revelaram a preocupação com a saúde mental, por saber o que cuidar de si e nos outros, preocupação com a saúde sexual e reprodutiva, HIV, desejo de se envolver e fazer a diferença em assuntos ambientais tanto locais como globais, o uso abusivo de drogas e álcool também é uma preocupação. Imagem corporal e problemas de pele, interesse pela política, às vezes o único motivo de assistirem televisão. Gravidez na adolescência.

 

A SRA. CAROLINA FREITAS RISTON: O jovem precisa de ajuda para se inserir no mercado de trabalho, precisamos de suporte e entendimento, queremos conhecer nossos direitos, saber o que podemos ou não fazer. Nós necessitamos de um auxilio, queremos ser diferentes, queremos fazer diferente, não queremos mais engravidar cedo, queremos ter controle sobre as nossas ações, precisamos falar de algumas coisas.

 

O SR. MATHEUS CARDOSO: A ACM está trabalhando para isso, ajudando a mudar esse sentimento do jovem, acolhendo o jovem que se sente sozinho. Como vocês pode ver, as necessidades do jovem são bem diversas e complexas, mas são necessidades e precisam ser atendidas.

 

A SRA. CAROLINA FREITAS RISTOV: Assim como a ACM mundial, a ACM do Rio Grande do Sul está preocupada e engajada no desafio de dar voz e visibilidade aos jovens, incentivar o seu protagonismo seja por meio do esporte, da educação ou inclusão social. No Rio Grande do Sul, estamos presentes desde 1901 e, ao longo desses 115 anos, abrindo portas e oportunidades para o desenvolvimento dos jovens.

 

O SR. MATHEUS CARDOSO: Eu, Matheus, 22 anos, estudei por todo o meu ensino fundamental e médio na ACM, costumava passar o dia inteiro me revezando entre atividades do colégio e práticas de esporte no clube. Cinco anos após ter me formado, olho para trás e consigo ver claramente o quanto devo à instituição por me tornar quem sou hoje. O jovem da atualidade se depara com a sociedade de conflitos; sejam eles ideológicos, religiosos, políticos, sociais, raciais ou de gênero. Isso faz com que seja difícil para ele entender, verdadeiramente, um sentimento. Um sentimento esquecido por muitos nos dias de hoje: o amor. Amor ao próximo. Amor em ajudar aquele que precisa; amor no fazer o bem sem olhar a quem. Agradeço à ACM por ter me ensinado isso, por ter me mostrado que, às vezes, temos que agir pensando no bem da maioria e não no nosso próprio; que devemos ajudar quem pudermos e quando pudermos; que é imprescindível deixarmos nossas diferenças de lado para que possamos construir um futuro melhor para os nossos filhos. Os valores Acemistas me fizeram acreditar que podemos fazer um mundo melhor.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. CAROLINA FREITAS RISTOV: Para encerrar a nossa participação, relembramos os 172 anos da ACM no mundo. Uma instituição criada por jovens para jovens. A todos os Acemistas, de ontem e de hoje, parabéns pelo dia do Acemista, e que possamos comemorar muitos anos mais. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Sra. Mariana Cunha da Rosa está com a palavra.

 

A SRA. MARIANA CUNHA ROSA DA SILVA: Primeiramente, boa tarde. Agradeço ao Presidente Cassio Trogildo e também aos demais Vereadores. Agradeço a oportunidade que nos foi dada de apresentar, mais uma vez, o nosso trabalho, a instituição e o trabalho que é feito com jovens. É bom saber que podemos contar com vocês, pois vocês reconhecem a importância da nossa instituição. Isso é de uma grande valia para nós. Então, em nome da instituição, eu gostaria de agradecer a oportunidade.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, queridos jovens representantes da ACM, vou me permitir, antes de qualquer pronunciamento, atender ao apelo da Ver.ª Sofia Cavedon que, comprometida com algumas responsabilidades do seu mandato, não quer se furtar de sair da Casa sem uma breve manifestação em relação ao tema que nós estamos desenvolvendo.

 

A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigada, Ver. Pujol, sempre extremamente gentil e compreensivo nesse sentido de compartilhar tantas lutas, apesar de nossas diferenças, e uma das que nos une é certamente a ACM. Eu quero cumprimentar num sentido diferente, pois eu estou muito sensibilizada com a cara jovem que a ACM está se representando hoje; os veteranos ficaram aqui nas arquibancadas, prestigiando, e, de fato, testemunham que a ACM investe nas novas gerações. Queria cumprimentar a Mariana, o Cristiano, a Carolina e o Matheus, quero dizer que é emocionante ver que uma entidade quase bicentenária tem essa consciência e essa clareza; nós a conhecemos trabalhando com os bebês, dos bebês à juventude, e, muito mais do que isso, esse esforço da construção do protagonismo juvenil testemunhado nas falas de vocês, na tradução dos compromissos, na inquietação desta entidade em compreender, em escutar os jovens e em responder aos anseios deste tempo. Eu quero, Pujol, lhe parabenizar por trazer a homenagem ao dia do Acemista, novamente, para esta Casa; quero colocar a nossa Bancada e o Partido dos Trabalhadores à disposição desta grande entidade e das nobres causas que embalam e dão sentido à sua existência; quero parabenizar pela renovação permanente. Um grande abraço. Muito obrigada, Pujol. Parabéns.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: Vereador, V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Aberto o precedente, com muita satisfação, amplio ouvindo a liderança do Partido Democrático Trabalhista, o Ver. Márcio Bins Ely.

 

O Sr. Márcio Bins Ely: Muito obrigado, Pujol, eu também já cumprimentei aqui o Caporal, a Maria Inês, toda a diretoria da ACM, o nosso Presidente Cassio, a Mariana, o Cristiano, a Carolina e o Matheus, quero também aqui em nome da Bancada do PDT, do meu Partido, nesta Casa integrada pelos Vereadores Mauro Zacher, Delegado Cleiton, João Bosco Vaz e Márcio Bins Ely, trazer o nosso fraterno abraço, e quero dizer da nossa alegria também em ver a juventude se apresentando, expondo de um microfone, indo para a tribuna preparados, talhados. Quanto vale, para um jovem, Presidente, uma experiência internacional? Uma viagem, um intercâmbio, conhecer novas culturas, conhecer novos horizontes, trazer uma bagagem tão importante quanto a que oportuniza a ACM para os seus estudantes? E nós, como trabalhistas, como nosso saudoso Brizola, queremos aqui reafirmar o quão importante é a educação, a ferramenta do conhecimento, a sabedoria, podermos deixar para as nossas gerações o conhecimento. Nada vale mais do que o conhecimento, a informação, a busca, o interesse, a leitura. Então eu queria me somar a essa homenagem à ACM e a todos vocês aqui. Eu e o Ver. Valter integramos a bancada jovem, já não tão jovem, o Pujol já um pouco mais veterano, mas também com ideias jovens, mas é uma alegria muito grande para nós, hoje, podermos estar aqui vendo vocês nessa tribuna, nos alegra muito. Cumprimentos à ACM e a todos aqueles que de uma forma ou de outra colaboraram para essas décadas todas de formação, aperfeiçoamento, instrução, orientação, disciplina, hierarquia, esportes coletivos e tudo que representa a ACM para a nossa sociedade porto-alegrense, rio-grandense e em nível nacional também. Um abraço grande, Pujol. Obrigado pela oportunidade.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely.

 

O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Muito me honra a concessão do seu aparte, Ver. Pujol, que não é mais velho, é jovem há mais tempo. Tive a oportunidade, Ver. Pujol, ao longo do ano passado, de muitas vezes estarmos juntos, lutando, tentando desentranhar de dentro da Prefeitura a licença para fazermos a ampliação do prédio da ACM, que acho fundamental. Quando o Matheus estava falando, ele falou de uma coisa que talvez seja uma das grandes preocupações do meu mandato. O que um jovem, a partir dos seus 24, 25 anos, depois que se forma, faz da vida? E aí entra a grande razão de uma das minhas maiores lutas, aqui, Ver. Pujol, que também encontra eco no seu mandato, que é criar um espaço, um meio ambiente ou uma economia para que o jovem possa ser incluído. Nós temos que olhar, por exemplo, de onde é a matriz da ACM? Dos Estados Unidos da América. Como é que a economia daquele país se desenvolveu? Como é que as liberdades lá se desenvolvem e como é que nós podemos, dentro de um ambiente de liberdade, alcançar justiça social? Com empreendedorismo. E eu acho que esse seja, talvez, um dos grandes exemplos. Isso não afasta a solidariedade, tanto que está aqui a ACM para nos mostrar; muito antes pelo contrário, isso inclui a solidariedade, inclui a responsabilidade social. Nós podemos pensar em liberdade, em desenvolvimento e, ao mesmo tempo e ao lado disso, temos que pensar, necessariamente, em inclusão, em solidariedade, em estarmos todos juntos. Então a ACM dá esse exemplo. Eu fiquei feliz, agradecido ao seu aparte e com a fala dele, porque muitos de nós trabalham exatamente essa perspectiva da inclusão através do desenvolvimento econômico, diferentemente de alguns que são contra o desenvolvimento econômico. Mas nós queremos o desenvolvimento exatamente como meio de inclusão. E quero então, nesse sentido, cumprimentar, em meu nome, em nome da Ver.ª Lourdes Sprenger, do Ver. Mendes Ribeiro, do Ver. Idenir Cecchim, da nossa Bancada do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, esse trabalho maravilhoso, histórico, fantástico de inclusão de pessoas, que é a coisa mais importante que a ACM faz. E cumprimentar e agradecer o Ver. Reginaldo Pujol pelo aparte que nos concede. Muito obrigado.

 

(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço aos colegas que nos distinguiram com seus apartes absolutamente adequados à solenidade que nós estamos realizando, e saúdo, desde logo, o Ver. Delegado Cleiton, que assume a presidência dos trabalhos, dando a mais ampla conotação no sentido da homenagem que hoje se presta na Casa de, mais uma vez, comemorar o dia do Acemista, as ações da ACM e a sua filosofia de trabalho. Eu fiz questão, desde logo, de ensejar o aparte da Ver.ª Sofia Cavedon, sabidamente Líder do Partido dos Trabalhadores, que foi sucedida pelos companheiros do PDT e do PMDB, que, juntamente com a nossa manifestação de representante dos Democratas, estabelece a mais larga amplitude da homenagem que aqui se presta. Aliás, eu quero falar neste momento, antes de saudar os jovens, aos antigos representantes da ACM que, mais uma vez, aqui se encontram conosco. Hoje é um dia de inovação. Eu estava até reclamando da presidência, Ver. Cassio, da forma como estavam sendo desenvolvidos os trabalhos. Pela primeira vez, na história da Câmara, as quartas-feiras são dedicadas a esse tipo de atividade. Nós não prevíamos que a primeira das homenagens fosse tão relevante que levasse até a um horário posterior ao que estamos realizando. Neste particular, a ACM figura como cobaia, mas, quase que por premonição, ela se incorporou, por antecipação, neste objetivo, e nós também somos cobaia em ver a nova ACM que vocês representam no dia de hoje. Que bom que a ACM se rejuvenesce com valores como os que vocês representam, de pessoas que continuam com aquela mesma fé que, no passado, há mais de cem anos, foi a semente pelo qual se estruturou todo o universo, em cerca de cem países, a ideia do Acemismo. Fico feliz em receber a Mariana Cunha Rosa da Silva, Diretora da ACM/RS, que com seu sorriso vê a minha surpresa e minha alegria. Sabe que a conheci pequena e a vejo agora crescida, seguindo o pai, seguindo a mãe e nos dando a alegria da sua presença e o prestigio da Câmara nesta homenagem que vocês jovens estão a participar. Quero saudar também o Cristiano Freitas Ristov, 2º Tesoureiro da ACM/RS, bem como a Carolina Freitas Ristov, voluntária da ACM, e o Matheus Cardoso, voluntários da ACM/RS, que constituem, Ver. Delegado Cleiton, este cartão de visitas que Vossa Excelência emoldura coma sua presença. Para mim, o dia de hoje é um dia de grande gratificação.

Ainda no século passado, eu lembro bem, com muita emoção, que um dia, conduzido pela mão do meu inesquecível amigo, Luis Valdemar Dexheimer, chegou aqui na Câmara de Vereadores, Ver. João Bosco, a figura do Dr. Ênio Fontanive Ferreira, que me trazia a sugestão de que eu começasse por Porto Alegre o movimento que certamente se estenderia por todo o País, que era o estabelecimento, na data de 6 de junho, do Dia do Acemista no território de Porto Alegre. A ideia me sensibilizou, prosperou, logo a seguir houve a edição da lei correspondente, sancionada pelo ex-Prefeito Raul Pont, vigorando desde aquele momento e se expandindo pelo Brasil todo. Eu mesmo tive o privilégio de também, no período em que passei pela Assembleia Legislativa do Estado, levar essa ideia e conseguir com que o Rio Grande do Sul também se integrasse nesse movimento, que hoje é partilhado em todo o território nacional, porque existe lei nacional estabelecendo para o todo o território brasileiro o dia 6 de junho como sendo Dia do Acemista. Eu fico feliz, porque a ACM, para mim, é algo muito próximo.

O Ver. Valter Nagelstein, que foi um dos que me apartearam com muito brilhantismo, até com muita alegria, dizia: vai saudar o teu vizinho. É que, por muito tempo, até eu conhecer o Dr. Enio Fontanive Ferreira, eu associava a ACM ao canto de pássaros, à alegria dos jovens, das crianças, que borbulhavam e me acordavam pela manhã com aquele espírito de alegria que o movimento Acemista sempre constitui. Mais tarde, conhecendo mais de perto a ação da ACM, eu vi quão feliz foi o Dexheimer em trazer a mim o Dr. Enio, e me foco a esse raro privilégio de iniciar esse reconhecimento nacional na atividade da ACM. Essa alegria que eu transporto comigo, fez com que, no dia de hoje, depois de três ou quatro dias de recolhimento absoluto, em face de determinação médica, eu viesse aqui estimulado pela ideia de rever amigos, de fazer justiça e de proclamar a minha alegria total de ter sido de uma forma tão objetiva, protagonista desse projeto. Por isso, meus jovens, a alegria se redobra. Saber que, no Brasil, no Rio Grande, especialmente em Porto Alegre, esse movimento não vai fenecer, vai prosseguir, se juveneliza, se revitaliza com a presença de vocês, me gratifica sobremaneira.

Hoje, mais precisamente há 48 horas, de 169 países, em 119 deles havia um cântico único: Viva o Dia do Acemista! Aqui em Porto Alegre, nós estamos vivendo e saudando esse dia desde 1998, e, com certeza, o tempo vai passar, vocês vão deixar de ser jovens e serão maduros como os seus progenitores, muitos dos quais aqui presentes, mas a ideia, a expressão, o reconhecimento, a compreensão da extensão e da qualidade do movimento Acemista não vai fenecer. Isso é muito bom. Isso é bom demais. Isso dá alegria e satisfação. Sejam sempre bem-vindos a esta Casa, meus jovens! Esta Casa que, também, de tempos em tempos se rejuvenesce. Aqui, de quatro em quatro anos, alguns são confirmados na presença, outros são agradecidos pelo trabalho realizado, e outros tantos a eles se somam. Nesse processo permanente de transformação consequente, normal e, sobretudo, permanente, as ações humanas se realizam. Na ACM, isso não se modifica. O compromisso com a cultura, com a educação, com a saúde, com o esporte e com a solidariedade humana está bem representado, ali, pelo passado histórico, brilhante e merecedor de todo o nosso aplauso, aqui, por uma experiência nova que se realiza e justifica a alegria de ver, hoje, que a ACM é forte, vai continuar forte e muito mais forte com o trabalho de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): É prazeroso ouvir um dos mais antigos e experientes Vereadores da Casa, tanto é que nós deixamos correr o cronômetro.

O Ver. Rodrigo Moroni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RODRIGO MARONI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queria dizer que sou de uma geração – acho que um pouco mais do que a dos voluntários – que acompanhou e cresceu com a ACM como uma instituição, aqui em Porto Alegre, absolutamente sólida. Diversos colegas, amigos da minha adolescência, pessoas que hoje são adultas, passaram pela ACM. Inclusive, eu mencionava que me criei jogando bola na ACM, na antiga Lojas Renner que tinha ali na Av. Assis Brasil. Talvez os mais antigos lembrem disso. E até hoje, jogamos bola na ACM aqui do Centro, ao meio-dia, em alguns dias. O que eu quero dizer, e que eu acho que é fundamental, é que vocês conseguiram se constituir como a principal entidade não governamental. Eu estava vendo ali, os números são absolutamente sólidos e transcendem qualquer tipo de avaliação e de opinião, acho que é uma coisa consensual, são 14 mil sedes, é praticamente uma multinacional de valores, de princípios, de opinião, em 130 países, com 45 milhões de Acemistas que passaram por essa entidade, durante 167 anos, desde 1844.

Acho que o mais importante dessa multinacional, como podemos dizer, é que vocês conseguiram concentrar e se consolidar, em um mundo tão difícil quanto o de hoje, como uma entidade de valor. Eu costumo dizer que para tudo na vida, o que precisa é de vontade, de disposição e, principalmente, referência para isso. Nós vivemos num mundo hoje absolutamente egoísta, individualista. Semana passada - nós estamos aqui com o Delegado Cleiton -, eu visitava o Presídio Central e entrei em algumas galerias e percebi que 90% eram jovens de 18 e 19 anos. Jovens que, por tráfico, roubo de carro, furtos, caem no Presídio Central, e ali não há nenhum outro tipo de saída a não ser para o crime mais avançado ainda, porque dentro do Presídio há uma hierarquia, uma lógica de que jovens que entram lá e não têm dinheiro para sobreviver - é tipo um clube que se paga internamente - saem de lá com o compromisso de fazer homicídio fora. Então, ele entra como traficante e sai com o compromisso de – para sobreviver dentro do presídio durante aquele determinado tempo – matar dois ou três de facções rivais, fora do presídio. Aí, ele se torna um homicida. Então é essa a sociedade em que a gente vive E no presídio há 4.500 jovens assim, e nós tentando lutar contra a maré, tentando estabelecer valores, ao mesmo tempo em que a gente vive um momento político lamentável. E vocês falavam aqui e eu acho que é muito importante o papel que a ACM cumpre de motivar a se discutir valores, princípios e política, porque a política nada mais é do que o reflexo da sociedade, e que momento medieval que estamos vivendo na política, não é? Eu acho que todo o orgulho que se tem da ACM, todo o orgulho que qualquer Acemista tem, aqui ou no mundo inteiro, é o mesmo proporcional ao constrangimento do que a gente vive na política hoje. E eu duvido que qualquer pai deseje que seu filho, nos tempos de hoje, vá para a política. Que lamentável isso, não é? Porque é na política que se discutem valores, princípios, orientações, e infelizmente isso está na contramaré do que deveria ser. Eu acho que aí está o papel que vocês têm que continuar cumprindo: motivando os jovens a entrarem na política, porque a gente só ocupa espaço e tira aqueles que devem ser tirados para colocar pessoas que possam ter uma opinião melhor, se for refletido isso depois...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o final do seu pronunciamento.)

 

O SR. RODRIGO MARONI: ...Eu tenho segurança para dizer que o Eduardo Cunha, o Renan Calheiros, entre outros, nenhum deles, ou os mais tradicionais ainda, não foi a partir da sua entrada na política que se tornaram o que a gente conhece; foi lá quando eles tinham cinco ou seis anos, quando há a formação do caráter da pessoa. E aí vem o papel que vocês podem cumprir, nessa maré de disputa social, de formar jovens e crianças que, no futuro, se motivem a fazer política pelo bem, política coletiva, para as pessoas, para os animais. Um jovem ali argumentava que para as crianças que não têm condições, que estão na vila e que podem entrar para o tráfico, que a gente tem que tentar gerar perspectiva para esses também, porque infelizmente não é colocando dentro do presídio que se resolve, e aí cabe o papel dessa entidade. Parabéns, que vocês tenham milhões de anos ainda e formem milhões de pessoas como vocês. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Delegado Cleiton; gurizada da ACM, ser Acemista, e o Caporal sabe disso, é um estado de espírito. Eu já penso ao contrário, que os princípios, os valores e os limites não estão na política, estão na família. Esses limites, esses valores e esses princípios estão nessa mensagem cristã que a ACM nos apresenta. Ser Acemista, além de estado de espírito, é ter uma causa justa, que é a caridade, que é ajudar o próximo - o que a mão direita faz, a mão esquerda não precisa saber -, é fazer atendimentos sociais, isso é ser Acemista. É ser bondoso, ter o coração aberto, estar disponível para pequenas e grandes causas, para causas possíveis e impossíveis, isso é ser Acemista. E o Acemista nasce de duas maneiras: é o Acemista que carrega essa mensagem de solidariedade e que já convive na ACM no mundo todo, e o Acemista também tem a sua formação nos cursos de lideranças para jovens que são apresentados. Neste curso de lideranças, ali onde os jovens se encontram como que fosse uma extensão da própria casa, da própria residência, do próprio lar, da própria família, o jovem ali vai ao encontro da realidade, vai ao encontro dos princípios familiares, que falei há pouco; vai ao encontro do companheirismo, de saber ouvir; de saber falar. E, muitas vezes, nessas questões difíceis que vivemos em sociedade, os jovens querem apenas ser ouvidos. Na maioria das vezes, os jovens não querem opinar, os jovens precisam dividir, com alguém, as suas angústias, as suas ansiedades, as suas inquietudes, as suas necessidades, já que muitas vezes, talvez por falta de oportunidade ou constrangimento, o jovem não consegue dividir isso com a família. E aí que eu falo que é um equívoco quando as famílias transferem para os professores a educação dos filhos. Então, nessa lógica é que eu digo que ser Acemista é muito além do que ser apenas um voluntário; é muito além do que frequentar a ACM para a prática esportiva, que é importante, muito importante.

Então, quero deixar aqui a minha mensagem nesta tarde em que o Ver. Reginaldo Pujol faz essa homenagem ao Dia do Acemista, porque, eu, de certa forma, participo desta vida lá, sei como funciona, sei como é. E, aos jovens que aqui estão, Mariana, quero deixar uma homenagem lembrando do Juarez, que nos deixou precocemente, que fez a sua passagem - e nada acontece por acaso -, sei da dedicação da mãe dele, que está ali, em função de todas essas questões da ACM. Eu quero saudar a todos Acemistas que aqui se encontram, em nome da Mariana, que está na Mesa, e que representa aqui o Juarez Rosa que foi um grande cidadão e que contribuiu muito para o crescimento e desenvolvimento da ACM e desta Cidade. Muito obrigado a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. RODRIGO MARONI (Requerimento): Solicito a transferência do período de Grande Expediente para a próxima Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Rodrigo Maroni. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. THIAGO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Caro Ver. Pujol, quero lhe dar os parabéns pela proposição Dia do Acemista, pois eu me sinto contemplado, Caporal. Passei dos meus 12 aos meus 26 anos dentro da ACM; dos meus 12, chegando a Porto Alegre, menino, vindo do Interior, aos meus 20 e tantos anos na ACM. A ACM me proporcionou as maiores experiências de vida que tive na minha juventude. Através da ACM e do caratê da ACM, Marco, pude ir, por três oportunidades, representar o Brasil no Japão. Através do caratê, do Sensei Arthur, do Sensei Akira Taniguchi, ela me proporcionou esses ensinamentos. Eu conversava, agora, no gabinete, conversei rapidamente com o Sr. Osamu Hiraiwa, japonês, vinculado à Auxiliadora Predial, e conversávamos sobre o Japão e sobre a ACM. E eu comentava com ele coisas que eu aprendi no Japão e que, hoje, carrego para a minha vida, e que, certamente, eu não teria tido a oportunidade de aprender, na essência, essas coisas, se não tivesse a oportunidade, dada pela ACM, de poder visitar o Oriente. Então, a ACM faz parte da minha vida e a ACM forjou grande parte da minha existência, das minhas condições, dos meus princípios; princípio, por exemplo, que eu aprendi lá, de não fazer para os outros aquilo que eu não gostaria que fizessem para mim; princípios que me fizeram homem e que me fizeram ter muita humildade nas ações que tivesse na vida adulta; princípios que me fizeram ter, na coragem, na obstinação e na perseguição de um objetivo, bandeiras de vida; princípios que me fizeram médico; princípios que me deram oportunidade de poder, através do esforço intelectual e do estudo, me tornar também advogado, perito médico legista. Isso tudo nasceu na ACM, naquele menino que veio de Passo Fundo para Porto Alegre, um menino que pouco conhecia a cidade, porque tinha morado muito tempo no Interior, e que na ACM pôde formar seu primeiro grupo de amigos em Porto Alegre, amigos sinceros que me acompanham até hoje.

Então, quando se fala em ACM, a gente realmente relembra muito daquilo que fez, daquilo que foi forjado, daquilo que vivencia e do que deve ser o norte principalmente daquelas crianças e daqueles adolescentes mais vulneráveis. Hoje a gente observa essas situações e os projetos sociais desenvolvidos pela ACM na cidade de Porto Alegre, em especial no projeto que a gente acompanha mais de perto, que é o projeto feito junto com o Dunga, na Restinga. Realmente, em relação à questão da inclusão social a partir do esporte – o Ver. Bosco Vaz é douto nessa matéria, foi o precursor, entre nós –, a ACM conseguiu assimilar essas ideias e implantar com maestria na Restinga, por exemplo.

Então, eu quero dar os parabéns a todos que estão aqui, se eu tivesse mais tempo, certamente, eu contaria algumas histórias do Marco, participando, inclusive, como juiz em campeonato de caratê sem nunca ter tido uma aula...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. DR. THIAGO: ...eu falaria dessas histórias do Marco, que participou como juiz, árbitro de caratê, sem nunca ter participado de uma aula de caratê. Por quê? Pelos princípios, pelos princípios que norteiam a ACM, que são também os princípios que norteiam o caratê, enfim.

Quero dar os parabéns a vocês, líderes da entidade que tanto nos orgulha, nos deixa cheios de emoção e que tanto nos faz relembrar momentos positivos, momentos importantes da minha vida, em especial de adolescente, de adulto jovem, e que, certamente, muda também a vida de muitas crianças, de muitos adolescentes em vulnerabilidade social em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Parabéns ao Dia do Acemista.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Sr. Cristiano Freitas Ristov está com a palavra para as suas considerações finais.

 

O SR. CRISTIANO FREITAS RISTOV: Novamente, em nome da ACM/RS, eu gostaria de agradecer o espaço na Casa do Povo e gostaria de ressaltar a quantidade de relatos dos nossos Vereadores. Quero demonstrar novamente que a ACM faz diferença em toda e qualquer comunidade em que ela entra. Vocês podem ter certeza de que a ACM continuará, e por muitos e muitos anos, fazendo a diferença para cada jovem dentro de qualquer comunidade em que ela entre. Muito obrigado pelo espaço cedido.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Para encerrarmos, eu gostaria de saudar a Sra. Mariana Cunha Rosa da Silva, o Sr. Cristiano Freitas Ristov, a Sra. Carolina Freitas Ristov, o Sr. Matheus Cardoso, a Sra. Maria Inês Schultz, o Sr. Walnyr Jacques, o meu amigo Caporal, Secretário-Geral; a Presidente Bernadete Cunha, a Y’s Men’s Club e as senhoras que a representam; o Sr. Marco Aurélio, conhecido como Mola. Quero saudar e dizer que fico muito feliz. Hoje até estava esperando que retornasse a esta Casa o meu amigo Ênio, meu colega de faculdade, um grande amigo, uma grande pessoa. Às vezes, a gente conhece as pessoas primeiro para, depois, saber da sua origem, que é Acemista, não é por pouco que ele é essa grande figura, assim como o seu pai, a quem também conheci, outra bela figura. Então, gostaria de saudar todos os Acemistas e dizer que esta Casa está aberta para quem faz o bem. A ACM, os seus associados e os seus frequentadores são, com certeza, pessoas do bem. Agradecemos a presença dos representantes da ACM/RS. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h59min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton – às 17h): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0824/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/15, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que institui o Código Municipal de Proteção aos Animais, no âmbito do Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 2635/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 247/15, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que institui e define como Zona Livre de Agrotóxicos e Transgênicos à Produção Primária e Extrativa a área definida como Zona Rural no Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 1312/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/16, que altera limites de Subunidades, de Unidades de Estruturação Urbana (UEUs) de Macrozonas (MZs), cria Subunidades e as institui como Áreas Especiais de Interesse Social, AEIS I ou III, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA), Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, áreas correspondentes aos empreendimentos aprovados no Programa Minha Casa, Minha Vida, da Caixa Econômica Federal (CEF), e novos empreendimentos destinados à produção habitacional, que atenda à Demanda Habitacional Prioritária (DHP).

 

PROC. Nº 1379/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/16, que altera a denominação de parte do Anexo II para Anexo I e altera o inciso II, letra “c”, do Anexo II da Lei nº 6.253, de 11 de novembro de 1988, que estabelece o Plano de Carreira dos Funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), revoga e cria cargos em comissão; estabelece as atribuições dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas no âmbito do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU).

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0049/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/16, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que altera a ementa, o caput e os §§ 1º e 2º do art. 1º, o art. 2º, o caput e o parágrafo único do art. 3º, o caput e os §§ 1º, 2º e 3º do art. 4º e o art. 5º e inclui arts. 5º-A, 5º-B e 5º-C, todos na Lei Complementar nº 746, de 3 de novembro de 2014 – que assegura aos candidatos negros a reserva de 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas em concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos nos órgãos da Administração Direta e nas entidades da Administração Indireta do Município de Porto Alegre e revoga a Lei Complementar nº 494, de 10 de setembro de 2003 –, alterando a expressão “candidatos negros” para “população negra”, estendendo essa reserva às vagas de cargos comissionados e estágios profissionais, bem como de postos de trabalho oferecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado que prestem serviços para esses órgãos ou para essas entidades, e dando outras providências.

 

PROC. Nº 0230/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que institui medidas para assegurar a circulação segura de animais, silvestres ou domésticos, pelos logradouros no Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 0605/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 068/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que estabelece o sepultamento de animais domésticos em campas e jazigos de cemitérios públicos do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0843/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/16, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Dietmar Fernando Albrecht.

 

PROC. Nº 1039/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/16, de autoria do Ver. Mario Manfro, que concede a Comenda Porto do Sol à Associação Brasileira de Odontologia – Seção do Rio Grande do Sul.

 

PROC. Nº 1121/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/16, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que inclui a efeméride Semana Municipal de Conscientização sobre a Doença de Parkinson no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, na semana que incluir o dia 11 de abril.

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, o senhor não estava aqui, nós estávamos discutindo a pauta do Código Municipal, e eu pedi o arquivamento, porque fere a Lei Municipal nº 694, e não pode ser apresentado por projeto de lei do Legislativo, tem que ser por projeto de lei complementar. Então eu pedi o arquivamento, conforme Parecer da Casa.

Quero aproveitar este momento, pois, em consequência de minha manifestação, ocorreu, mais uma vez, uma manifestação do Vereador com conteúdo depreciativo, afetando a esfera particular desta Vereadora, atingindo a sua honra pessoal e profissional, e deve-se lembrar que a imunidade parlamentar não pode acobertar toda e qualquer opinião emitida, deixando à margem da lei e do direito aquele que atinge a honra e a imagem de terceiros. Ficou evidente que o Vereador aproveitou-se do privilégio de falar da tribuna desta Câmara para ofender a honra desta Vereadora por ser contrária à forma de encaminhamento de seu projeto, em que a própria Procuradoria da Casa se manifestou legalmente.

Então, eu quero registrar, Sr. Presidente, que solicitarei as notas taquigrafias da manifestação, com providências para o fato que será encaminhado à Comissão de Ética da Casa, à Procuradoria da Mulher do Legislativo, à Delegacia da Mulher da Capital e ao Centro de Apoio Operacional de Defesa dos Direitos da Mulher do Ministério Público. Não podemos compactuar com esse comportamento de vereadores aqui contra qualquer um, tanto homens quanto mulheres. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Dr. Goulart assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, colegas funcionários desta Casa, senhores e senhoras que nos ouvem através da TVCâmara e aqui presentes, gostaria da saudar os representantes das religiões de matriz africana aqui presentes. Quero me manifestar em relação ao PLL 073/15, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni. Como todos os projetos desta Casa, não gosto de estar colocando o melhor projeto, o pior projeto, o projeto que não é bom para a Cidade. Acho que todos os projetos têm uma relevância aqui dentro, todos projetos saem das mãos dos 36 Vereadores que representam esta Cidade. Todos nós aqui, tenho absoluta certeza, todos os 36 Vereadores têm um carinho muito especial pelos animais. Nós temos aqui representantes que se colocam à frente, têm a sua bandeira de lutas, como a Ver.ª Lourdes ou o próprio Ver. Rodrigo, a defesa dos animais como a luta principal. Tenho um carinho muito grande, que bom que o Vereador esteja retornando ao plenário para que pudéssemos debater esse projeto. Esse é um projeto meritório, e nós gostaríamos que esse projeto passasse, mas atentem para as minúcias muitas vezes de alguns projetos. Tenho certeza de que não é o caso do Vereador, mas não podemos, através de projetos, nas entrelinhas, atingir manifestações culturais, espirituais, de séculos. Nós temos que discutir algumas questões. Nós não podemos colocar - como já tenho visto nas redes sociais e nos meus e-mails -, pela defesa que faço e fiz aqui quando inclui, no Código, a defesa da livre manifestação e os ebós. Com isso, eu tenho criado alguns inimigos, e alguns inimigos radicais. Mas tenho defendido essa religião e os seus verdadeiros manifestantes, que são aqueles que honram a natureza. Essa religião tem todo o seu ritual com base na natureza, na energia da natureza. Senhores, nós temos que ler e discutir muito bem esse projeto, para que nós, aqui nesta Casa, não tenhamos o sentimento de preconceito, que tivemos em alguns lugares do Brasil, inclusive, aqui no Rio Grande do Sul. Eu sei que o Vereador não tem esse sentimento, sei que tem o sentimento da proteção. Nós temos que discutir todo o rito religioso que muito foi oprimido quando nossos ancestrais vieram nos porões dos navios e não podiam manifestar a verdadeira religiosidade. Encerro por aqui, pois já me fiz entender. Então, que nós possamos debater essa realidade, esse projeto e suas entrelinhas com mais afinco, principalmente nas entrelinhas. Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Delegado Cleiton reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Márcio Bins Ely, na condição de Líder da Bancada do PDT e nos termos do art. 218, § 6º do Regimento, solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 9 a 10 de junho de 2016.

Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h11min.)

 

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